Um Pouco Sobre as Versões da Bíblia!

Shabbat Lunar, Onde Está o Erro! #1

Este é um estudo realizado com o intuito de entender se realmente o Shabbat Lunar é o Shabbat das Escrituras Sagradas ou se o Shabbat ocorre a cada sete dias em um ciclo ininterrupto.

Existe um modelo de Shabbat Lunar Fixo nos dias 7, 14, 21 e 28, outro nos dias 8, 15, 22 e 29, e também um que alterna com o 1º Shabbat do mês no dia 8 ou no dia 9, isso depende de o mês ser de 29 ou de 30 dias. Este estudo terá seu foco no Shabbat dos dias 8, 15, 22 e 29, porém, grande parte das regras também são aplicáveis aos demais, mas nem todas.

O estudo aqui realizado terá compromisso com a Toráh, por isso teremos que seguir  um critério, o que está na Toráh devemos cumprir, porém sem acrescentar e nem diminuir.


Todos sabemos que o ser humano é falho, e também sabemos que a Bíblia que temos em mãos passou por inúmeras adulterações, por isso quero assumir com você leitor o compromisso de editar a fim de corrigir qualquer texto que porventura eu possa vir a entender ou descobrir que estava equivocado no momento em que escrevi, seja por equívoco de minha parte ou seja por erro dos tradutores.

Caso seja necessário usarei a Septuaginta pois é uma versão próxima do original e que podemos encontrar inclusive em português, ela foi a 1ª copia do Hebraico. As Bíblias que temos em mãos hoje são cópias de inúmeras outras cópias não ao todo confiáveis.

O nosso maior problema são os textos mal interpretados pelos tradutores onde talvez temos coisas escritas que na verdade não existem no original, (palavras com vários significados) e isso se agrava quando se trata de um Mandamento, isso ocorre uma ou outra  vez nas Escrituras. 

Septuaginta,  Vulgata BHK e BHS!


Sempre que escrevemos um ou outro estudo gostaríamos de faze-lo completo sem deixar nenhuma lacuna, no entanto quando o estudo é sobre algum tema da Toráh, eu particularmente prefiro agir com certa prudência sendo cauteloso em não afirmar assim com tanta certeza algo que talvez possa estar com algum erro de tradução seja intencionalmente ou não por parte dos tradutores.

Sabemos que entre as versões da Bíblia que temos em mãos existem alguns textos que uma versão diz uma coisa e noutra diz algo bem diferente, temos um bom exemplo em Êxo. 19:1 vejamos: (Versão ARA) Êxo 19:1 No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai. (isso é no  dia 1º do mês três)

(Versão DIF) Êxo 19:1 Na terceira Lua-nova depois da saída dos filhos de Israel da terra do Egipto, naquele mesmo dia, chegaram ao deserto do Sinai. (isso é no dia 1º do mês quatro)

(Versão NVI) Êxo 19:1 No dia em que se completaram três meses que os israelitas haviam saído do Egito, chegaram ao deserto do Sinai. (isso é no dia 15 do mês quatro) entre muitas e muitas outras contradições, as quais podemos amenizar com uma cautelosa comparação entre diferente versões.

As versões da Bíblia costumam ser feitas a partir de uma versão da Bíblia Hebraica, e a Bíblia mais usada pelos tradutores e pelas sociedades Bíblicas para fazerem novas versões do Tanakh (antigo Testamento) atualmente é a BHS, Bíblia Hebraica Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã, em nome das Sociedades Bíblicas Unidas, essa edição que também é impressa no Brasil foi feita entre os anos de 1967 e 1977.

A Bíblia Hebraica Stuttgartensia reproduz o manuscrito hebraico conhecido como Códice de Leningrado, o qual foi produzido e datado do ano de 1008 E. C. Ela reproduz sem maiores retoques o texto tal como se encontra no Códice de Leningrado. Texto esse que é chamado também, de texto massorético.

Porém este não necessariamente  é o texto original, em alguns momentos o texto massorético do Códice de Leningrado, apresenta lacunas (Exemplo: em Gên. 4.8  não aparece a frase “Vamos ao campo”) e outros aparentes erros (como em Sl. 22.16, onde o texto massorético diz como um leão as minhas mãos e os meus pés” já as traduções dizem algo como traspassaram-me as mãos e os pés).

Para corrigir os tradutores consideraram o que aparece no aparato crítico no rodapé das páginas de cada versão, tanto da versão hebraica usada como base que é a B.H.3, a terceira versão de Rudolf Kittel publicada em 1937 como também os dados derivados das versões ou traduções antigas como Septuaginta, Targum e Vulgata e dos manuscritos do mar Morto. Essas notas de rodapé inclusive as baseadas em versões mais antigas se encontravam na própria B.H.3 a terceira versão de Rudolf Kittel.
 
Tanto as versões antigas como também os manuscritos do mar Morto (ou documentos de Qumran) são muito mais antigos do que o texto massorético que aparece no Códice de Leningrado.
  
E é diante deste cenário que devemos ficar atentos com as alterações que muitos textos sofrem, essa versão Stuttgartensia foi feita a partir da BHK ou B.H.3 que é a  terceira versão da Bíblia Hebraica Rudolf Kittel publicada depois de sua morte pelos seus associados em 1937. 

Tanto a primeira versão de Kittel publicada em 1906 quanto a segunda publicada em 1913 reproduziram o texto hebraico editado por Mikraot Gedolot e publicado por Daniel Bomberg em Veneza no ano de 1524.
 
Embora na edição de Bomberg tivesse as notas massoréticas, elas não foram incluídas nas duas primeiras edições de Kittel, ao invés, foram adicionadas notas de rodapé com correções à possíveis erros do hebraico. 
Baseadas também no Pentateuco Samaritano e em traduções conceituadas como a Septuaginta, Vulgata e Peshitta.
 
Kittel então iniciou sua terceira edição da Bíblia Hebraica, a qual teve um texto hebraico ligeiramente diferente e algumas notas de rodapé completamente revisadas. Mais tarde em 1935 os textos massoréticos de Ben Asher, tornaram-se disponíveis como o do Códice de Leningrado o qual foi usado nesta edição por ideia de Paul Kahle. 

Esta obra foi concluída pelos associados de Kittel somente depois de sua morte. Essa edição reproduz de forma exata as notas massoréticas do códice, sem nenhuma edição. Já no tocante à referência, a Bíblia Hebraica de Kittel costuma-se abreviar para BH, ou BHK (K para Kittel). Para edições específicas para consultas, costuma-se usar BH1, BH2 e BH3
 
Voltando para a BHS, a Bíblia Hebraica Stuttgartensia, atualmente é produzida a partir da terceira edição de Kittel a qual foi baseada no códice de Leningrado. As notas de rodapé das páginas tem sido totalmente revisadas, estas notas foram acrescentadas aos poucos entre os anos de 1968 a 1976, e tornando-se um só volume em 1977.

Resumo: As versões da Bíblia hebraica seja a Stuttgartensia ou seja a edição de Kittel conforme vimos também podem conter erros, e esses erros são reconhecidos pelos próprios copistas/tradutores, e além disso temos que levar em consideração que a versão Stuttgartensia é uma cópia de varias outras cópias e que inclusive em caso de dúvidas os tradutores utilizavam  notas de rodapé de versões mais antigas e conceituadas como a Septuaginta, Vulgata, Targum, Peshitta,  entre outras.

É possível que venhamos encontrar algumas contradições em algum momento independentemente de qual a versão que estivermos usando, e também temos que tomar cuidado para não depositar confiança plena em alguma versão apenas por ser no hebraico, porque a versão mais popular dentre elas é a Stuttgartensia, e conforme vimos ela está com ajustes de possíveis erros no hebraico, e também contém correções baseadas em outras versões mais antigas e consideradas confiáveis como a Septuaginta e ainda algumas outras versões nos mostrando que os escritores recorriam a elas por considerarem mais confiáveis diante algumas situações.

A Septuaginta é a primeira cópia Grega do original hebraico, na Vulgata, o Tanakh é uma cópia em Latim do Hebraico, e a Stuttgartensia é uma cópia em hebraico de várias outras cópias que são cópia do códice de Leningrado que por sua vez é uma cópia do original hebraico. 

Por isso temos que ser prudentes ao tomar um ou outro versículo das Escrituras para nos posicionarmos sobre um ou outro tema.


Regras para organização e vocabulário aplicado à este estudo!

1. Sempre que me expresso, faço as colocações ou algum comentário o texto estará simples como esse, sem negrito e itálico, contudo, em caso de ênfase uma ou outra palavra poderá estar em negrito, itálico, em cor diferente ou em MAIÚSCULAS.
2. Sempre que o texto é das Escrituras Sagradas estará em negrito e itálico, e as palavras com ênfase na cor laranja e se a ênfase for especial estará nesta cor (salmon).
3. Sempre segue a ordem dos livros "Ex. Gên. Êxo. Lev.” o nome do livro, capítulo e verso estarão em  azul claro, e sempre que será mencionado um texto de um livro mais adiante ou anterior, Ex. estamos em Êxo e menciono Eze, ou estando em Êxo menciono Gên, então os mesmos estarão em amarelo.
4. Sempre procurei usar a versão da Bíblia ARCA, “Almeida Revista Corrigida e Anotada Porém sempre que necessário foi usado ou algum texto ou apenas para comparação outras versões, dentre elas, Versão ARCA, ARC, ARA, ARA+, AR, TB, NVT, NBV, NAA, NBV-P, ACF, BRASIL, CNBB, JFA+, KJV+, NTLH, NVI, PAST, JFA+ Ramires, PJFA, TNM, DIF, BJ, BI, BHK3, BHS, SEPTUAGINTA , VULGATA, e PESHITA.
5. Sempre mantive o texto da Bíblia o mais original possível corrigindo apenas uma ou outra palavra, e obviamente o Nome do Criador, o qual foi usado no capítulo 1 o Tetragrama já transliterado para YHWH, e do capítulo 2 em diante foi usado a expressão YAHÚ, também quando dizia Ex. “Senhor teu Deus” foi corrigido para “YAHÚ teu UL”.
6. Foi corrigido Moises para Moshê, e nos textos Bíblicos continua Arão, mas quando eu o cito, então usa-se Aarão ou Aaron, Messias está na forma hebraica Mashiach, o Nome do Mashiach foi corrigido para YAHUSHUA, glória foi corrigido para Kevod, e talvez uma ou outra palavra ainda, mas com a palavra conhecida ao lado entre parênteses. 

Observação importantíssima!

Existem muitas informações que não estão na Toráh escrita, as quais são conhecidas como Toráh oral, são ensinamentos que o Criador passou aos Seus escolhidos como Avraham (Abraão) Moshê Aarão entre outros, e nos dias de hoje esses ensinamentos podem ser encontrados escritos na Mishná. Também existe o Talmud uma coletânea de livros com as discussões rabínicas sobre a história do Judaísmo.

Baseado nessas informações existem relatos de que o povo Israelita já descansava no Shabbat enquanto ainda eram escravos no Egito. Outro ponto de vista diz que o dia 15/01 quando saíram do Egito era um 5º dia de trabalho (Quinta feira) e que eles guardaram o primeiro Shabbat no dia 24/01 em Mara e que receberam a Toráh no monte Sinai 50 dias após a saída do Egito em um Shabbat, e que tenha sido entre os dias 5 e 7/03, mas que provavelmente tenha sido no dia 06/03.

Se considerarmos essa informação verídica então a configuração para os Shabbatot (Sábados) ficariam assim desde a saída do Egito, dia 15/01 uma quinta feira, 17/01 Shabbat, 24/01 Shabbat, e nesse caso obrigatoriamente esse mês 1º tem que ter sido de 30 dias, porque o Shabbat só pode ter sido no dia 01/02, 08/02 e 15/02 pois no dia 16/02 caiu Maná e os outros Shabbatot então teriam sido nos dias 22/02, 29/02 e esse mês 2 obrigatoriamente tem que ter sido de 29 dias para o próximo Shabbat ser o dia de Nº50 pós Egito e também ter sido no dia 06/03, caso o mês 2 tenha sido também de 30 dias o dia Nº 50 pós Egito e Shabbat então foi no dia 05/03.

Contudo por se tratar de fontes extra Bíblica não usarei neste estudo por enquanto, e reservo-me o direito de atualiza-lo a qualquer momento, então este estudo será baseado em relatos registrados na Toráh ESCRITA, e levarei em consideração que o povo não viajava no dia de Shabbat, sendo assim, nas datas em que há registro que eles tenham viajado considerarei que não pode ter sido Shabbat.

Continua...

Próximo Artigo, o #2 Aqui! (continuação)
Artigo com o Estudo Completo, Aqui!

Por Adoir F. de Oliveira!

IMPORTANTE:
Parte das imagens utilizadas neste estudo foram extraídas da internet e as vezes não é possível ou é difícil de encontrar o proprietário(a) das mesmas, então caso você seja o autor/proprietário de uma ou mais imagens utilizadas neste estudo e deseja que sua imagem seja removida favor entrar em contato pelo facebook  https://www.facebook.com/adoir.francisco

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