O Jubileu, o Mês, a Semana de Anos e a de Dias!

Shabbat Lunar, Onde Está o Erro! #8

Enquanto eu preparava a pergunta recentemente feita no final do Artigo anterior, lembrei-me que há ainda um outro argumento que alguns adeptos utilizam, trata-se da semana de dias que é comparada com a semana de anos para completar um Jubileu. Então eu vou aproveitar o momento oportuno para falar um pouco sobre essa comparação, visto que o próprio Maná prova a sequencia ininterrupta dos dias da semana.

Observa-se que muitos adeptos ao Shabbat Lunar fazem  grandes esforços tentando justificar aquilo que creem, e talvez involuntariamente, (1) torcem textos, (2) usam texto fora de contexto, (3) usam textos isolados, (4) ignoram textos, (5)  ou até mesmo  fazem uso de uma grande dose de achismo, pois estas são as 5 características que eu identifiquei sendo usada pelos adeptos ao Shabbat Lunar.  

Em sua defesa foi argumentado  que a mesma ordem dada para a semana de anos citada em (Êxo 23:10 Também seis anos semearás tua terra, e recolherás os seus frutos; Êxo 23:11 Mas ao sétimo a dispensarás e deixarás descansar, para que possam comer os pobres do teu povo, e da sobra comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival.) Também foi dada para a semana de dias citada em (Êxo 23:12 Seis dias farás os teus trabalhos mas ao sétimo dia descansarás; para que descanse o teu boi, e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua escrava, e o estrangeiro.)

Devido a essa semelhança nas ordens dadas ao povo, citadas em Êxo 23:10-12, sobre trabalhar seis anos e guardar o sétimo, ano Shabbático, (que termina seu ciclo no ano 50 com o Jubileu), e a ordem de trabalhar seis dias e guardar o sétimo, dia de Shabbat   (que não termina seu ciclo no dia 29 ou 30) mas que alguns adeptos afirmam que sim, termina o ciclo de dias que formam um mês, e então zera tudo e começa de novo. Para tal façanha utiliza-se o seguinte texto: Lev 25:8-10

Lev 25:8 Também contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.
Lev 25:9 Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra,
Lev 25:10 E santificareis o ano quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família.   

Que resulta no seguinte gráfico: 
 Esses são os anos Shabbático e o último, o Nº 50, é o Jubileu!   
E desse modo afirmam que também o é com a semana de dias para formar um mês, dizendo que aplica-se a mesma regra, já que a ordem dada para observar a semana de anos é igual a ordem dada para observar a semana de dias, trabalha-se seis e descansa no sétimo.

Que resultaria no seguinte Gráfico: 
Esses são os dias de Shabbat e o último, o dia 30, um dia de trabalho solitário!
Afirmam isso dizendo que a única diferença aqui é que na semana de dias a escala é menor, pois termina em 29 ou 30, já na semana de anos essa escala é um pouco maior terminando sempre no 50, e acreditam que esse texto de Lev 25:8-10 serve de prova irrefutável que a semana de dias não é sequencial em um ciclo de sete dias ininterruptos.

 Porque assim como as semanas de anos terminam no ano 49 e no próximo ano, o Nº 50 é um ano de descanso, o Jubileu, então zera tudo e recomeça no ano 1, assim também deve ser com as semanas de dias para formarem um mês, no dia 29 aguarda se o dia 30 quando tem, e então zera tudo, e passando o Rôsh Chodesh começa de novo com o 1º dia de trabalho no dia 2,  fazendo uma comparação do dia 29 com o ano 49 e o dia 1º com o ano 50.

Ao tentarem uma justificativa acabam apresentando o seguinte modelo como exemplo e dizem, se a semana de anos fosse sequencial os anos Shabbático seriam assim:

Tendo o ano Nº 56 como sendo Shabbático porém, não é assim, sabemos que o ano 50 é Shabbático (Jubileu) e no ano seguinte, o qual seria o ano 51, então é o 1º ano do próximo ciclo sendo assim o sétimo ano será aquele que seria o ano de Nº 57.

  E os dias então seriam assim:



Se fossem colocados em sequencia o próximo Shabbat seria no dia que corresponde ao dia 36, ou seja, dia 6 do mês seguinte, mas como o Jubileu zera e começa do um no ano seguinte empurrando o primeiro ano Shabbático para frente, então acham que os dias da semana também tem que zerar e depois de passado o Rôsh Chodesh, então começar no 1º dia de trabalho assim como no Jubileu, (vejam aqui um exemplo de achismo) empurrando assim o 1º Shabbat para frente, lá para o dia 8, e assim dizem que o é todos os meses.

Contudo estamos bem lembrados de qual texto das Escrituras foi utilizado para afirmar que os dias da semana devem zerar todos os meses e começar com o 1º dia de trabalho todo o dia dois. É Lev 25:8-10 onde de fato YAHÚ deu um Mandamento para que no dia 10/07 fosse passada a trombeta em toda a terra de Israel santificando o ano seguinte, o Jubileu, e apregoando liberdade a todos.

 Esse é um fato, e como de costume se está na Toráh eu não discuto, é Mandamento então devemos reconhecer e cumprir, porém, parece que quem  defende esse argumento, se esquece de mostrar onde está o Mandamento que diz que no dia 29  deve ser anunciado que o dia 30 é um dia de trabalho solitário sem os outros 5 para completar os seis dias de trabalho, e que o 1º dia de trabalho é o dia dois. Ou qualquer outro Mandamento que possa ser comparado com o Mandamento que encerra o ciclo do Jubileu? Ele não existe não é mesmo??

E já que estávamos falando sobre o cair do Maná e abriu-se um gancho para falar do Jubileu com essa comparação feita com as semanas de anos que formam o Jubileu e as semanas de dias em uma fracassada tentativa de afirmarem que a semana de dias não é um ciclo contínuo com um Shabbat a cada sete dias, e tentarem justificar o Shabbat Lunar nas Escrituras, eu afirmo que conseguiram apenas apresentar um Mandamento para o encerramento do ciclo de 50 anos do Jubileu. 

O Mandamento está em Lev 25:8-10, porém, como não existe um Mandamento que possa ser comparado a esse e que sirva de prova que o ciclo das semanas de dias deve ser zerado todo o fim de mês e recomeçado no dia dois, então eu apresento aqui a ordem dada pelo Eterno ao povo, que soluciona a inexistência desse Mandamento.

Eis aqui mais uma vez a prova que a semana é Sequencial, Contínua, Ininterrupta, e que a lua nada tem a ver com as semanas, por isso não é citada em Gên. 1:14-19. Diferentemente de alguns argumentos sem base de alguns adeptos, neste gráfico não tem achismo, tem apenas o que está escrito na Toráh.


E então, as evidencias da Toráh apontam para o Shabbat lunar ou para um Shabbat a cada sete dias? Será que alguém pode dizer que o ciclo semanal não é contínuo? Será que alguém pode dizer que o 1º Shabbat de cada mês é sempre fixo no dia 8? Ou será no dia 7?

Após ter feito uma análise cuidadosa sobre o cair do Maná em sua 1ª semana, e também sobre a passagem de um mês para outro usando exatamente o modelo de mês com os Shabbatot nos dias 8, 15, 22 e 29, então vamos analisar o cessar do Maná 40 anos mais tarde.

Em Jos. 5:10-12 onde fala sobre o cessar do Maná temos um texto que tem muitas interpretações diferentes, o que torna um tanto difícil interpreta-lo de modo que tenha uma boa aceitação, sempre terá alguém pra discordar, contudo, mesmo assim percebi neste texto que se fizermos apenas uma leitura superficial, ele não tem nada nem favorável nem contra qualquer uma das partes, seja aos adeptos ao  Shabbat Lunar ou seja aos que entendem que o Shabbat é a cada sete dias ininterruptos...

Jos. 5:10 Estando pois os filhos de Israel alojados em Gilgal, celebraram a Pêssach no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó. Jos. 5:11 E comeram do trigo da terra do ano antecedente, ao outro dia depois da Pêssach, pães asmos e [ espigas ] tostadas, no mesmo dia. Jos. 5:12 E cessou o maná no dia seguinte, depois que comeram do trigo da terra do ano antecedente; e os filhos de Israel não tiveram mais maná: porém no mesmo ano comeram das novidades da terra de Canaã.

No verso 10 vimos simplesmente que os Israelitas celebraram a Pêssach na tarde do dia 14/01, nada é revelado sobre o dia da semana, embora o dia seguinte é um Shabbat, mas é um Shabbat Moad citado em Gên 1:14, como exemplo temos a semana da morte do Mashiach onde o Grande Shabbat do dia 15 foi em um 5º dia de trabalho, Mat. 27 62-66 e Mat. 28:1!  (Mais adiante falarei sobre isso).

No verso 11 diz que ao outro dia depois da Pêssach, eles comeram pães ázimos e espigas tostadas no mesmo dia, e se a Pêssach é no dia 14/01, então qual é o outro dia depois da Pêssach? Obviamente é o dia 15/01, um Shabbat Solene e não do sétimo dia, entende-se que nesse dia eles comeram espigas tostadas, porém, só se pode comer da colheita depois de apresentar o Ômer no dia seguinte “16”, então aqui ou nós temos textos mal traduzidos, ou temos que confiar que Josué sendo o sucessor de Moshê e estando com a Toráh original em mãos, estava mais apto que nós que vivemos  mais de 3 mil anos depois e que temos milhares de textos adulterados nas Escrituras.

No verso 12 diz que no dia seguinte ao dia em que o povo comeu pães ázimos e espigas tostadas então o Maná cessou, observe que diz que comeram pães e espigas no outro dia depois da Pêssach o que aparentemente seria dia 15, porém, tudo indica que esse outro dia foi o dia 16 e não no dia 15, contudo afirma que o Maná cessou no dia seguinte, o que seria o dia 17/01. 

Mas no Hebraico temos grande diferença, vejamos as palavras transliteradas; Jos 5:12 VAYSHËBOT e cessou HAMÅN o maná MIMÅCHORÅT [no] dia seguinte ÅKHËLÅM em [que] comeram MEAVUR  do produto ÅRETS da terra.

Isso significa que comeram do produto da terra e cessou o Maná no mesmo dia, em 16/01. Algumas versões tem uma boa tradução como a (Versão CNBB) Jos 5:12 O maná cessou de cair no dia seguinte, quando comeram dos produtos da terra...

De volta a sequencia em Êxodo. De Êxo 16:31-36 não temos nada referente ao Shabbat, Êxo 16:35 E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada: comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.

Êxo 17:1 Depois toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento de YAHÚ, e acamparam em Refidim; e não [ havia ali ] água para o povo beber.

Vamos prestar atenção nesse verso, observe que alguns dias depois o povo partiu do deserto de Sim, seguiu viajem, viajou, saíram de onde estavam, e fizeram isso segundo o Mandamento de YAHÚ, e acamparam em Refidim.

 Agora responda-me, entre outros, qual é o Mandamento mais notório que vimos até aqui e que não temos sombra de dúvidas de que o povo obedecia, não é o de não viajar no Shabbat? Até os adeptos que creem que o 1º Shabbat guardado foi só no dia 22/02 não podem negar isso.
   
De Êxo 17:2 até o final temos o relato de Moshê tocando a rocha com o cajado d’onde  saiu água, e Êxo 18 relata sobre a vinda do sogro de Moshê até ele com sua esposa e seus dois filhos.

Levamos uma certeza de Êxo 17:1. 

De Sim a Refidim não Viajaram em um Shabbat, nem tampouco de Refidim até o Monte Sinai.

FIM DO CAPÍTULO 3.

Continua...

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Por Adoir F. de Oliveira

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